quinta-feira, 7 de maio de 2009

* A MATANÇA DOS PORCOS NOS TEMPOS EM QUE NÃO HAVIA QUAISQUER PANDEMIAS


MINHA CARA
RIBERENSE:
Também me lembro, embora mal da senhora do porco, era a ti Ifigénia e tenho a ideia de que era quase cega. Dizia-se até que era o porco que a guiava, o que naturalmente não devia ser verdade, penso eu. Era muito criança!
Andamos para aqui a falar da gripe dos porcos - que grande pandemia!!!... - e eu vou falar da parte mais gosto: de uns bons bifes assados na brasa, no dia da matança, ou uns rojões com grelos, ou o sangue que era comido logo a seguir, com cebola picada e folhas de loureiro. Era uma delícia.
Da matança, ainda me lembro do medo que eu tinha quando lhe espetavam a faca no gasganete. Eu fugia sempre do pátio e escondia-me na cozinha. Mas depois gostava de ver os homens a queimar o porco e a arrancar-lhe as unhacas, a pendurá-lo na trava do cabanal e a porem-lhe um lençol por cima, por causa dos gatos. Quais pandemia, quais quês! Nessetempo não havia nada disse e se havia, comia-se tudo na mesma!
E do rojão do carro, lembras-te?
Teu,
1.2

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