quinta-feira, 5 de julho de 2007

* INDEPENDÊNCIAS E IRREVERÊNCIAS

Meu bom e
Caro
Amigo:

Quando me falam em “listas independentes" lembro-me logo daquela nossa idade dos 13/15 anos, quando ainda não somos nada, nem ninguém, temos a mania que sabemos tudo e estamos mortinhos por sair debaixo da pata da família. Depois, quando já somos maiores, queremos voltar a ser pequeninos, para receber os «subsídios» do pai e da mãe. Ou do sogro! Porque chegámos à conclusão que mais valia sermos dependentes. Toda a vida!

Nas nossas memórias mais remotas, lembro-me de, com os meus amigos, nos sentarmos nas escadas no adro, ou no muro da escola, a magicar: «Quando eu for grande ninguém manda em mim!...». Quer dizer, quando for maior e independente! Só um de nós, por sinal uma de nós, é hoje o que dizia querer ser, quando fosse grande.

Com a passagem dos anos e com o uso, todos conhecemos as nuances dos nossos percursos (in)dependentes. Não são nada da extensão territorial e emocional que sonhámos, e cá continuamos nós dependentes de quem manda e dos seus abusos do poder. De quem conhecemos já, aliás e bem, todos os cheiros, ruídos e... perspectivas.

De resto, desse mito a que hoje em dia se chama “independência” - política ou outra qualquer... - mas a que eu chamo “irreverência”, tudo vai bem e recomenda-se, muito obrigado.

Vamos trocar as pipocas do cinema de sábado pelo concerto do Gilberto Gil e da Mariza da noite de amanhã?
Tua,
2.Dois

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NOTAS
1 - Parabéns pelo que ontem disseste. Continuas magnífico, na retórica, na engenheirice das palavras e dos argumentos!!! Já te conheço.

2 - Suponho que a tua pergunta de ontem tinha mais a ver com a LIOR! Era? Olha, tiveram a coragem que os dirigentes partidários não tiveram e não deixaram viúva a democracia eleitoral de Óis.

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